Sinopse
CABRA QUE LAMBE SAL é um experimento performativo digital realizado e gravado em meu apartamento. O trabalho começou a ser construído em confinamento durante a pandemia ao lado do diretor Nelson Baskerville. É uma escavação performativa que busca tecer um olhar vertical sobre a condição do corpo da mulher, visto em seus tensionamentos éticos, estéticos, políticos e filosóficos.
A partir desse pressuposto, CABRA AUE LAMBE SAL envolverá uma curva narrativa que partirá de um desdobramento e continuidade de questões já levantadas em "Mãe ou Eu Também Não Gozei". Porém, agora, a atmosfera não é mais de uma mulher grávida ou em puerpério de um filho sem pai, mas de uma mulher confinada em um apartamento junto com seu filho de dois anos. Ela é a dona de casa, a mãe, a puta, a cabra-animal-selvagem que deseja sair para a rua, para fora de si. Tudo que diz e faz, todo seu desejo pelo gosto do sal (desejo da montanha, do abismo, do mar, de tudo que está lá fora) tem relação direta com a pulsão de vida e morte. Ela tenta, a todo instante, se encontrar com a beleza. É no seu próprio corpo, nos seus desejos, na sua subjetividade e na relação com o filho que ela se depara com tudo que é terrivelmente belo.